Wednesday, April 25, 2007

Para Fernando

"Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu."

Carlos Drummond de Andrade

Isso é um protesto porque você não anda mais aqui!!!

Friday, April 20, 2007

Pergunta da tarde

A: Papah, quem é o Pai da Aviação?
P: (um silêncio)
A: Ah!!! Lembrei! O Dom Luis, né?
P: Nãããããããããão!!!! Santos Dumont, meu amor...
A: Ah, só troquei a avenida..

Tuesday, April 17, 2007

Aprendendo e vivendo...

Aprendi que nossa casa é o lugar onde mais reclamamos e onde somos mais amados.
Aprendi que não adianta sair correndo do chuveiro quando o telefone toca. Ele pára de tocar assim que eu chego perto.
Aprendi que é melhor pedir o que você precisa a pessoas amadas e não presumir que de algum jeito elas terão de saber como ajudá-lo.
Aprendi que a profissão de professor do ensino fundamental é a mais nobre de todas, porque por mais velho que você seja e por mais experiência que tenha, sempre poderá aprender alguma coisa com uma criança.
Aprendi que nunca se deve comprar um tapete branco quando se tem um cachorro preto. Ou um tapete preto quando se tem um cachorro branco. Na verdade, é melhor nem existir a combinação tapete-animais.

Aprendi que música sertaneja pode fazer com que eu me sinta melhor quando estou melancólica, porque as pessoas dessas músicas sempre estão em pior situação do que eu.
Aprendi que sempre se deve provar um biquíni novo e molhá-lo antes de usá-lo em público.
Aprendi que sou viciada em DORITOS quando liguei pro SAC da Elma Chips desesperada porque não encontrava!
Aprendi que a maioria das pessoas não busca as verdades da vida; busca apenas alguém que concorde com elas.
Aprendi que, embora eu possa faltar aulas sem maiores problemas, na época das provas as conseqüências aparecerão.
Aprendi que escolher uma merendeira para uma criança de oito anos é uma decisão muito importante.
Aprendi que por mais que eu siga estritamente suas receitas, nunca vou cozinhar tão bem quanto a minha mãe.
Aprendi que dar um nome a sua gata não faz diferença alguma. Ela nunca vem mesmo quando a gente chama. Ela vem quando ela quer.
Aprendi que assistir à televisão sem controle remoto não é nada divertido.

Aprendi que se eu deixar algo no fogo e sair de perto (mesmo quando aparentemente só ficaria pronto depois de horas), estará queimando quando eu voltar para a cozinha.
Aprendi que, boas ou ruins, a maioria das coisas não dura muito.
Aprendi que é tão difícil nos livrarmos dos bons hábitos quanto dos maus.
Aprendi que se você terminar um rolo de papel higiênico ou um tubo de creme dental e não colocar outro no lugar, será a primeira pessoa a precisar deles.
Aprendi que parar um pouco no meio de um trabalho não se compara a relaxar depois que o trabalho termina.
Aprendi que sou grata pelo que aprendi, por mais que isso tenha me custado.
Aprendi que algumas pessoas podem passar anos adiando uma tarefa que lhes tomaria apenas dez minutos.
Aprendi que a melhor forma de aprender uma coisa é ensiná-la a alguém.
Aprendi que uma das melhores coisas que eu posso dar a um amigo magoado é a minha presença, não minhas palavras.
Aprendi que às vezes um P.S. em uma carta contém a mensagem mais importante de todas.
Aprendi que quanto menos tempo tenho mais coisas consigo fazer.
Aprendi que colocar as coisas em um local seguro não significa que você irá encontrá-las novamente quando procurar.
Aprendi que é difícil beijar quando se está sorrindo.
Aprendi que nem sempre sua família está de braços abertos para você. Pode parecer engraçado, mas outras pessoas que não são seus parentes podem tomar conta de você, amá-lo e ensiná-lo a confiar novamente nas pessoas. As famílias não são biológicas.
Aprendi que as crianças precisam mais de sorrisos e abraços do que de aulas e instruções.
Aprendi que ninguém quer saber o que você está fazendo, até você fazer algo que não queira que ninguém saiba.
Aprendi que não se deve casar com um cara simplesmente porque o resto da família está apaixonado por ele.
Aprendi que os homens preferem ficar horas perdidos a parar e perguntar o caminho.
Aprendi que é melhor não falar mal do ex da amiga até ter a certeza absoluta de que ela não voltará o namoro.

Aprendi que sempre penso na coisa certa para dizer quando já é tarde demais.
Aprendi que o tamanho de uma casa não tem nada a ver com a felicidade que existe dentro dela.
Aprendi que o modo como a criança entra em casa depois do colégio diz como foi seu dia.

Aprendi que fazer as unhas deixa qualquer mulher (de qualquer idade) se sentindo um pouco melhor.

Aprendi que quando meus pais dizem “você é quem sabe” significa que eles preferem que eu não faça algo, mas não querem proibir expressamente.

Aprendi que tenho que fazer meus dias valerem as lembranças.

Monday, April 16, 2007

Tolerância zero...

"Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância."

José Saramago

Wednesday, April 11, 2007

Me esqueça,simQue eu quero verVocê tentarSem conseguir

Monday, April 02, 2007

A TAL DA DONA FELICIDADE

Sem dúvida, a felicidade é o maior tempero da vida. Desde pequenininha eu perguntava pra Lua onde era que estava...sim, cantava desse meu jeito bem “gasguito” a musiquinha do Trem da Alegria:

“Lua lá no céu
Queijo, pão-de-mel
Na ponta do pincel
Mostra no papel
onde encontrar
A tal da Dona Felicidade”

E ninguém sabia onde encontrá-la. Até um anjo dizer pra Lucinha Lins que ela existia bem lá no fundo do peito e que era só se entregar...
E fui envelhecendo e descobrindo a cada dia que não preciso de muita coisa para ser feliz. Nisso não sou mesmo exigente. Fico feliz com pouco? Ou as outras pessoas é que só se satisfazem com muito? E no final das contas, não é que eu tenha a receita mágica, o pó milagroso da vida feliz...A felicidade muda de gosto, e é preciso, sim, buscá-la nas pequenas coisas. Eu fico um bocado contente com um almoço com os amigos, um final de semana na praia, uma nota boa, um bom livro.

Antigos pensadores romanos tinham receitas bastante razoáveis de como alcançar a felicidade. Uma delas é a de desejar menos. Assim, se a gente partir da idéia de que a infelicidade está intimamente ligada à insatisfação, funciona: a pessoa vai se frustrar menos e, em princípio, tem mais chance de ficar feliz. É uma boa tática. Mas não me convence. É para aquelas pessoas que preferem sempre o pessimismo e acham melhor acreditar que não vai dar certo. É assim: suas expectativas são diretamente proporcionais a sua frustração. Por isso, deseje menos!
Acredito que o primeiro passo para o caminho da felicidade é adotar uma postura de se deixar levar, de se permitir, de se arriscar (o que, lógico, não significa descer a serra a 160 km/h, mas ser participativo, curioso). É um mergulhar na vida sem evitar os riscos das dores que também podem vir: quem não se apaixona, por exemplo, está livre do sofrimento, da perda, da rejeição, do desamor... Mas será que isso traz alguma felicidade?
O segundo passo é tentar valorizar o presente acima do futuro. Caso contrário, somos capazes de chegar aos 70 anos sem percebermos que o futuro já chegou, e com a sensação de que ainda estamos nos preparando para os dias melhores que virão... A gente se poupa de viver o hoje, e a vida acaba não acontecendo: é a história daquele convite para uma festa maravilhosa que surge às 11 da noite, e você recusa porque tem de acordar às 7 da manhã para correr. É importante manter a forma, pensar na saúde, no futuro, mas esse é um gesto de poupança. A vida acaba sendo sempre aquela que imagino que terei um dia, não a que tenho nem a que tive. Eu acho que até acabo levando isso ao extremo, nessa minha vontade de viver o hoje...eu costumo dizer que eu sou egoísta com “o meu eu de amanhã”.
Acho que na verdade a sensação de infelicidade vem da impressão de que não se está vivendo uma vida que vale a pena. Deve ser a vontade que uma pessoa tem de ficar feliz com pouco e não conseguir. É exigir cada vez mais para se obter prazer. Quando o prazer de viver já deveria valer a pena...