Wednesday, February 13, 2008

Continua sendo!

Continua. E eu bem queria ter continuado por lá também, porque está sendo difícil viver esses dias aqui sem emoção.
O bom de Carnaval é ter história pra contar. Mas dessa vez... eu nem sei por onde começar.
Então vamos ao começo, fingindo que o vôo não atrasou e que ninguém ficou sobrevoando a cidade porque não havia onde o avião "estacionar", ignorando a nossa tensão com medo de as nossas malas não terem chegado... Tudo isso era fichinha, até conhecermos o Rodrigo. Aliás, o Cebola.
Depois de muita indecisão do que seria feito da nossa sexta-feira à noite, resolvemos assistir ao ensaio geral da Portela, na quadra da comunidade, ou seja, em Madureira. A única informação que tínhamos era que o táxi era caro, porque era muito distante. Ok. Com toda essa dica preciosa, partimos para o ensaio.
Eu faço amizade fácil, e acredito que existem muitas pessoas assim... abertas... como eu. Não demorou muito para que o Rodrigo, dentro do longo percurso até Madureira se sentisse tão à vontade a ponto de perguntar, no maior tom inocente do mundo: "Vem cá, vocês se incomodariam se eu passasse na casa de um amigo meu, pra trocar essa roupa e pegar uma bermuda dele emprestada?" Diante do nosso silêncio, justificou rapidamente: "É porque assim, com essa roupa, eu tô parecendo um porteiro"... É isso mesmo: Cebola e Davi (o amigo dele) foram com a gente para o ensaio. Quando eu digo "foram com a gente", entenda-se: foram e ficaram lá a noite inteira ao nosso lado, na nossa roda, dançando junto. Ou melhor: eles eram da comunidade, então o mais correto seria dizer que nós ficamos na roda deles. O Davi conhecia o Fábio, que era diretor de ala (aquela do carro do bebê, cheio de flores), e quando menos esperava, lá estávamos nós, na área vip da quadra, numa mesa com umas bandejas de salgadinhos quentinhos, vendo tudo de camarote. Ganhamos chapéu, bandeirinha, decoramos o samba enredo, e a coreografia da ala das passistas estava na ponta dos pés.
Às 4:30 o ensaio acabou, e a vontade de ir pra casa não existia. Pela terceira vez na noite nos deixamos levar pelo Cebola, e fomos bater em um baile funk, em um estabelecimento chamado PALÁCIO DO PAGODE SHOW. Na entrada do palácio havia uma faixa: ENTRADA GRÁTIS. A Clá disse logo: "Gente, é um proibidão!!!" Eu não sabia o que era um proibidão, até que eu pude entender tudo sozinha, muito facilmente, ao perceber que no lugar de uma porta, havia uma cortina preta na entrada...e as letras das músicas... proibidaças!
Todo mundo dançou, dançou, até que percebemos que era melhor o Rodrigo parar de beber, já que ele tinha que estar às 7h da manhã no aeroporto, ou seja, em poucas horas. E também porque queríamos que ele tivesse o mínimo de reflexo pra voltar dirigindo.
Percebendo nosso gosto pelo funk, na volta o Cebola mudou a rádio para a Furacão Insano, e não me sai da cabeça a cena daquele moço, com as duas mãos no volante, deixando desgrudar o bumbum do banco a cada créééééééééééu cantado na música. Uma noite de muita emoção. E ainda era sexta-feira.
Analisando friamente a situação, eu não sei até agora de onde eu e as meninas tiramos tanta inocência. E agradeço por não ter acontecido nada de grave conosco. Por não ter aparecido ninguém naquela rua sem saída onde o táxi ficou estacionado com 4 pessoas dentro, enquanto o Cebolinha tirava a roupa de porteiro e colocava uma bermuda. Pelo fato de esse Davi ser gente boa. E esse Fábio...sem comentários, gente ótima.
Somos garotas de sorte.
Conto o resto das aventuras depois.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Voces sao loucas!
Mas eu queria ter vivido isso com as loucas! :(
Saudade de voce!!!
Cheiro da Azul

4:46 PM  

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